25 outubro 2005

Guevara herói? Nem pensar!

Acabei de ficar sabendo que há um filme sobre Che Guevara em pré-produção!
Sinto uma mãozinha do Fidel Castro aí!

De qualquer forma, o filme parece-me ser panfletagem. Dúvidam? Vejam a tagline: "An epic about Argentine revolutionary Che Guevara, who fought for the people" ... for the people? Só pode ser brincadeira de mal gosto! Mas vamos esperar.

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Assisti ao "The Constant Gardner". Não vou escrever nada sobre o filme ainda, pois a prudência exige que eu pense nele por mais algum tempo, mas posso dizer que, por enquanto, acho o filme uma maravilhosa demostração do mal no mundo e que a política, nele, é apenas um assunto secundário.

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Assiste, também, ao Leo. Um filme muito interessante sobre culpa, e como ela nos destrói. O filme tem méritos por ter uma narrativa surpreendente. Recomendo.

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À partir de hoje vou deixar os comentários abertos, como experiência, mas acho que eles só vão ganhar poeira :-)

10 Comentários

At 25/10/05 18:03, Blogger Marcel Kunzler said...

Bah, vai ser dirigido pelo Steven Soderbergh! "Baixo orçamento" de 40 milhões de dólares... Os caras não se cansam de gastar dinheiro.

Que que o Soderbergh quer com filmezinho do Che... puta merda.

(sim, eu sei que este não conta como comentário válido, Cau)

 
At 25/10/05 19:59, Anonymous Anônimo said...

Ah... Filme sobre Hitler vale...

 
At 26/10/05 10:34, Blogger Carlos Eduardo Chies said...

Caro Charles,

Há uma diferença enorme em fazer um filme que faça apologia a Che e vários mostrando Hitler como o monstro que era...

Pura distinção :-)

Abraços...

 
At 26/10/05 12:59, Anonymous Anônimo said...

E que tal a apologia ao bravo soldado americano lutando e destroçando comunistas (Rambo, Braddock, etc)? É mais válido que um filme sobre o Guevara?

Ou você não faz distinção?

Abraços

 
At 26/10/05 16:56, Blogger Marcel Kunzler said...

O primeiro Rambo é mais válido do que qualquer filme sobre Che Guevara. O 2 e o 3 (e há boatos de que tem um quarto vindo por aí) eu nem considero.

 
At 26/10/05 18:44, Blogger Carlos Eduardo Chies said...

Caro Charles,

Foste rápido em trocar de assunto, não? Como foi que vieste de uma comparação entre Che e Hitler - descabida, diga-se - para falarmos do Rambo?

De qualquer forma, há ainda problemas: Rambo é um personagem fictício que jamais foi exemplo de nada; enquanto que Che é endeusado como o símbolo da luta contra os oprimidos e um primor de virtudes, quando era, na verdade, um canalha assassino. A falta de força de sua comparação, novamente, é visível.

Sem contar que há implícito em seu raciocínio a idéia de que o comunismo e
as virtudes de Rambo são iguais em escala, o que é muito discutível.

Abraços...

 
At 28/10/05 13:44, Anonymous Anônimo said...

É descabida uma comparação entre uns dos dois maiores símbolos das duas escolas ANTAGÔNICAS de interpretação da dialética hegeliana? Uma comparação dessas, com direito a antagonismo explícito é descabida?

Rambo é uma imagem do imperialismo, do soldado americano que impõe seus valores à força aos confins do mundo, enquanto Che é, hoje, uma imagem da luta, exatamente, contra esses valores de Rambo. É descabida essa comparação?

 
At 28/10/05 14:57, Blogger Carlos Eduardo Chies said...

Caro Charles,

Primeiro, se não te decideres ao que objetas vamos continuar indefinidamente, pois primeiramente disseste que o problema é que foram feitos filmes com o Hitler e que por causa disso minha negativa a um filme do Che é descabia.

Quanto a isso argumentei que não conheço - embora acredite que haja - nenhum filme fazendo apologia a Hitler, exatamente pelas suas ações conhecidas e que, portanto, Che, que foi um canalha assassíno, também não deve ser visto como alguém que não era, isto é, um herói.

Não respondeste a essa minha argumentação.

Aí, tu trocaste de assunto comparando Rambo a Guevara.

Novamente argumentei que a comparação não procede, pois um personagem é fictício – e não lembro de ter matado qualquer pessoa inocente – enquanto que o outro é real e – além de matar ele mesmo pessoas inocentes – ainda é simbolo de uma ideologia que matou muito gente, novamente, inocente.

E, novamente, não respondeste a minha argumentação.

Então, novamente injeta novas informações – muito questionáveis, eu diria – falando de antagônismo filósofico, o que de maneira alguma se relaciona com minha primeira objeção, ou seja, trocou de assunto novamente, e ainda fala de um imperialismo que eu jamais vi, já que no primeiro filme Rambo está nos EUA e luta contra policiais, no segundo filme – luta para libertar prisioneiros de guerra – contra a vontade do governo americano, diga-se – e no terceiro vai ao Afeganistão, invadido pela URSS, para libertar seu amigo. Portanto, ou eu não sei o que é imperialismo, ou tu não sabes.

Te aconselho a escolher sobre o que queres falar.

E, sim, continuo achando as comparações descabidas!

Abraços...

 
At 4/11/05 16:04, Anonymous Anônimo said...

EU ia escrever um monte, mas antes quero saber se tu entendeu o que eu falei sobre o antagonismo entre o Hitler e o Che.

Só por curiosidade, me diz o que tu sabe sobre isso que depois eu completo minha resposta.

Abraço

 
At 4/11/05 22:12, Blogger Carlos Eduardo Chies said...

Caro Charles,

Se falas do antagonismo filosófico, entendo sim. Mas ele na verdade não é um antagonismo de essência mas de propriedade, já que qualquer filosofia que venha de Hegel, mesmo que use parte dela, não tem como fugir às suas premissas básicas, as quais levam –invariavelmente - a Sacralização do estado.

Portanto, tanto o nazismo, quanto o comunismo tem o mesmo objetivo básico, trocar Deus, ou a metáfisica, pelo Estado. A diferença é que um, o nazismo, o fez pela culto ao estado mesmo, enquanto que o comunismo o fez, e ainda faz, perseguindo religiosos, fechando igrejas, etc; e, também, e principalmente, pregando o paraíso terrestre com a chegada do socialismo.

Isso explica, pois sem Deus o único padrão de certo e errado é o desejo da pessoa, ou de algumas pessoas, como, tanto Che, quanto Hitler, puderam matar tanta gente de consciência “limpa”. E também explica como tantas pessoas puderam santificar, ou ainda santificam no caso do primeiro, figuras tão desprezíveis.

Mas era essa mesmo a questão que tu querias fazer?

Abraços...

 

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