17 setembro 2005

Coisa Mais Linda nos cinemas

Corram logo enquanto está nos cinemas o documentário carioca "Coisa Mais Linda", de Paulo Thiago. O filme narra de uma maneira super bem humorada e descontraída a história da Bossa Nova, esse estilo de música tipicamente brasileiro que contagiou o mundo todo na década de 60, fazendo ídolos como Dick Farrey e Frank Sinatra gravarem seus próprios álbuns no estilo que mistura um pouco de samba com jazz e uma criatividade pra lá de boêmia. Entre tantos músicos e entrevistados, o cineasta Cacá Diegues - cada vez mais razinza - aparece dando alguns pitacos interessantes, especialmente ao lembrar que na época do ápice do movimento o Brasil também estava às voltas com o Cinema Novo, que trazia para as telas a realidade social que niguém queria ver, enquanto que a Bossa Nova (sim, tudo com cara 'nova') trazia para os bares e shows o que os brasileiros sonhavam.

Oscilando entre câmeras digitais e película, o fotógrafo Guy Gonçalves conseguiu um baixo orçamento para tanta história e verbo. Como sabemos, fazer um documentário de longa metragem totalmente em película não é lá muito barato. Tudo isso seria ótimo se não fosse pela péssima câmera digital escolhida (não tenho acesso ao modelo) e por alguns planos extremamente fechados. Talvez eu não tenha compreendido o estilo, e, por isso, tenha achado tão sufocante e incômodo. Mas que linguagem é essa, afinal? No mais, a última crítica vai para a montagem. Claro que montar um filme desse porte não é uma tarefa fácil. Mas será que a ordem cronológia escolhida foi a mais palatável para o público? Hmmmmm... Confesso que teria encurtado e excluídos alguns planos, assim como mudado algumas seqüências.

Mas nenhuma dessas críticas deve diminuir o valor histórico do filme. Além disso, o bom gosto na escolha das locações e as perfomances musicais selecionadas são de emocionar o funkeiro mais maluquete. E simplesmente não há qualquer ingresso que pague a cena de Tom Jobim tocando piano e conversando em inglês ou tocando violão ao lado de Sinatra. Ah! Claro. E jamais esquecer da antológica cena onde Carlos Lyra explica o motivo pelo qual a Bossa Nova é tão suave.

Ps.: alguém aí sabe onde foi parar o "Samba do Avião"? Parece que o diretor o colocou pra voar mesmo, bem longe de sua câmera e boom. Existe perfeição...?

Assistido no UCI NYCC - Rio de Janeiro.

1 Comentários

At 18/9/05 22:13, Anonymous Anônimo said...

Nossa! Adorei a reportagem sobre o X-men, e tb gostei muito das críticas, muito bom seu blog! Sucesso pra vc!

 

Postar um comentário

<< Home