28 setembro 2005

Risky Business

A Universal estava a horas em conversas para comprar a Dreamworks. A cifra girava em torno de 1 bilhão de dólares. Porém, o contrato dizia que a Dreamworks deixaria de ser uma produtora/distribuidora de filmes e iria se tornar uma espécie de selo dentro do "guarda-chuva Universal".

Tudo ficaria a cargo da major, inclusive as decisões de produção sobre os filmes que levariam o selo Dreamworks.

Steven Spielberg, um dos três sócios, foi claro e direto em sua resposta: Não.

26 setembro 2005

The Death of Batman

Este curta é sem dúvida um filme interessante. Mostrando aspectos do Dark Knight não visto em filmes, mas certamente vistos nos quadrinhos.

Indo fundo na questão da justiça pelas próprias mãos, ele expõe o efeito que a adoção de um salvador humano, e passível de erros, portanto, pode ter perante uma sociedade, e ele mesmo.

As atuações são ótimas: o Batman de Christopher Steplaton é forte, psicologicamente, e tem aquele ódio característico do Dark Night. Trip Hope faz um bandido com nuances interessantes, já que, ao mesmo tempo que se mostra cruel, sabe que está errado; o que torna o personagem trágico. O desnude do salvador humano só ocorre porque conseguimos nos identificar com o bandido e sua tragédia.

Tive problemas com o final que certamente é implausível para qualquer um que conheça a personalidade do Cape Crusader, e até pelas características dele mostradas ao longo do curta.

Assistam.

De Olho: A History of Violence

Estréia nesta sexta em larga escala, nos EUA, o novo filme do cineasta David Cronenberg. Ele é conhecido pelos cultuados Scanners e A Mosca e seu último filme foi o ótimo Spider, com o Ralph Fiennes, mas o cara tem uma vasta filmografia, com vários trabalhos diretos pra televisão.

Agora chega aos cinemas "A History of Violence" (adaptação da HQ de John Wagner), que conta a história de um morador de uma pequena cidade americana que fica conhecido nacionalmente após matar dois homens que tentam assaltar seu bar. O título nacional do filme é "Marcas da Violência".

Estou evitando ler críticas e me informar mais sobre a trama antes de ver o filme, mas no IMDb a nota do dito cujo é 8.4 e no Rotten Tomatoes é 7.9!

O trailer - que poderia ter uma fala a menos para preservar um pouquinho do enredo - é bem interessante, e pode ser encontrado na página de trailers do Cinema em Cena.

No Brasil, History of Violence estréia em novembro.

Site oficial do Filme

23 setembro 2005

Rio 2005

Começou ontem, dia 22, o Festival do Rio 2005. O super-evento realmente merece o título de FESTIVAL, já que vai muito além das mostras gaúcha, paralela, curta e longa que vemos no "Festival" Turístico de Cinema de Gramado. Esse ano mais de 400 filmes serão apresentados no Rio de Janeiro, em 12 mostras diferentes, que incluem a "Expectativa" para diretores iniciantes e a "Geração" para o público infanto-juvenil.

Entre os filmecos que lá serão apresentados estão Elizabethtown (de Cameron Crowe), Last Days (de Gus van Sant), O Jardineiro Fiel (primeiro filme em língua inglesa do Fernando Meireles), L'Enfant (de Jean-Pierre e Luc Dardenne, vencedor de Cannes 2005), Manderlay (de Lars von Trier), Everything is Illuminated (de Liev Schreiber), Oliver Twist (do Polanski) e Stay (de Marc Forster).

Tem ainda os capítulos 1 e 3 da Trilogia da Vingança (Senhor Vingança e Lady Vingança), do coreano Park Chan-Wook, da qual o capítulo 2 é o excelente Oldboy que estava em cartaz no Brasil recentemente. Fora a oportunidade de assistir o japonês de ficção Casshern na telona e de conferir o curioso Meu encontro com Drew Barrymore.

Tem muito mais no site do Festival, não vou colar a lista toda aqui.

O Last Days e o Meu encontro com Drew... já passaram, mas quem ainda quiser doar um passaporte para assistir os outros filmes, eu aceito. Porém, como essa possibilidade é muito remota, vale a dica: o Omelete está cobrindo o Festival e publicando críticas dos filmes exibidos, clique para acessar a página especial do Omelete do Festival do Rio 2005.

21 setembro 2005

Initium

Olá a todos. Sou da velha escola, e, portano, sinto a vontade de me apresentar antes de incomodá-los com minhas opiniões um tanto quanto confusas.

Chamo-me Carlos Eduardo Chies e adoro cinema.

Vou começar falando do Liberty Film Festival e, conseqüentemente, do site Libertas. Não é grande novidade que Hollywood tem suas diretrizes sobre o que é certo e errado. O que pode parecer novidade é que elas são progressistas, isto é, os mesmos da esquerda americana; so much for cultural conservative imperialism.

O LibertyFilm Festival é um festival criado para apresentar filmes que a academia simplesmente ignora por não cumprirem com os standarts of its own agenda, isto é, por possuirem valores morais e estéticos não progressistas; ora pois, como se houvessem valores morais e estéticos progressistas, but nevermind.

O primeiro post é leitura fundamental para se entender a luta ideológica que rola em Hollywood.

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Um dos meus críticos de cinema preferidos é o Steven D. Greydanus do site Decentfilms. Suas criticas são baseados na fé católica. Não sou o maior entusiasta da Igreja Católica nestes dias, mas é interessante ver alguém criticar filmes pelo seu valor moral. Ele, por exemplo, não cometeria o erro de criticar The Passion pela sua violência com sentido e, ao mesmo tempo, aclamar Sin City por uma violência muito mais explicita e sem grande sentido.

17 setembro 2005

Coisa Mais Linda nos cinemas

Corram logo enquanto está nos cinemas o documentário carioca "Coisa Mais Linda", de Paulo Thiago. O filme narra de uma maneira super bem humorada e descontraída a história da Bossa Nova, esse estilo de música tipicamente brasileiro que contagiou o mundo todo na década de 60, fazendo ídolos como Dick Farrey e Frank Sinatra gravarem seus próprios álbuns no estilo que mistura um pouco de samba com jazz e uma criatividade pra lá de boêmia. Entre tantos músicos e entrevistados, o cineasta Cacá Diegues - cada vez mais razinza - aparece dando alguns pitacos interessantes, especialmente ao lembrar que na época do ápice do movimento o Brasil também estava às voltas com o Cinema Novo, que trazia para as telas a realidade social que niguém queria ver, enquanto que a Bossa Nova (sim, tudo com cara 'nova') trazia para os bares e shows o que os brasileiros sonhavam.

Oscilando entre câmeras digitais e película, o fotógrafo Guy Gonçalves conseguiu um baixo orçamento para tanta história e verbo. Como sabemos, fazer um documentário de longa metragem totalmente em película não é lá muito barato. Tudo isso seria ótimo se não fosse pela péssima câmera digital escolhida (não tenho acesso ao modelo) e por alguns planos extremamente fechados. Talvez eu não tenha compreendido o estilo, e, por isso, tenha achado tão sufocante e incômodo. Mas que linguagem é essa, afinal? No mais, a última crítica vai para a montagem. Claro que montar um filme desse porte não é uma tarefa fácil. Mas será que a ordem cronológia escolhida foi a mais palatável para o público? Hmmmmm... Confesso que teria encurtado e excluídos alguns planos, assim como mudado algumas seqüências.

Mas nenhuma dessas críticas deve diminuir o valor histórico do filme. Além disso, o bom gosto na escolha das locações e as perfomances musicais selecionadas são de emocionar o funkeiro mais maluquete. E simplesmente não há qualquer ingresso que pague a cena de Tom Jobim tocando piano e conversando em inglês ou tocando violão ao lado de Sinatra. Ah! Claro. E jamais esquecer da antológica cena onde Carlos Lyra explica o motivo pelo qual a Bossa Nova é tão suave.

Ps.: alguém aí sabe onde foi parar o "Samba do Avião"? Parece que o diretor o colocou pra voar mesmo, bem longe de sua câmera e boom. Existe perfeição...?

Assistido no UCI NYCC - Rio de Janeiro.

16 setembro 2005

Como executivos podem destruir o cinema comercial [Parte 2]

Continuando o texto do roteirista e ator Drew McWeeny, do site AintItCoolNews?.


por Moriarty (Drew McWeeny)
CARTA ABERTA A TOM ROTHMAN E ACIONISTAS DA FOX
PARTE 2 (ler parte 1)

O negócio sobre X-MEN é o seguinte: ela pode ser uma das mais flexíveis e duráveis franquias cinematográficas já vistas. Pela própria natureza dos X-MEN, você pode revezar o elenco da série sem quebrar a continuidade. Isso já é mais vantajoso do ponto de vista criativo e financeiro do que a série de James Bond foi. Por que, então, você deixaria um rancor pessoal levar a decisões que vão não só matar a galinha dos ovos de ouro, mas também estuprá-la e comê-la?

E não se engane... a pressa para colocar o novo filme nas telas no Memorial Day em 2006 é para ganhar de Bryan Singer
[atualmente rodando Superman Returns para a Warner]. A história de ressentimentos do rompimento de Singer/Fox é rica o bastante para escrever um livro inteiro, especialmente se levar à destruição da franquia. Isso ainda pode se tornar uma das grandes demonstrações de orgulho e arrogância dos executivos de Hollywood. Você quer saber por que perdeu Bryan Singer para a Warner Bros. e para SUPERMAN? Porque você levou mais de um ano para negociar seu contrato de direção de X-MEN 3. Essa deve ter sido uma das decisões mais "sem-cérebro" [do original, inglês, "no-brainer", algo tão simples/fácil que não precisa ser pensado] que você poderia ter feito, mas talvez seja necessário um cérebro para tomar uma decisão "sem-cérebro".

Você o enrolou, enrolou e enrolou, e quando você mostrou pra ele que não ia facilitar as coisas... era tarde demais. Alan Horn
[da Warner] se aproveitou do amor quase fetichista de Bryan Singer pelo SUPERMAN de [Richard] Donner e de sua hesitação, e o roubou de você. Eu não sei o que é mais engraçado... expulsar Bryan das dependências da Fox usando seguranças, ou o fato de que você teve que chamá-lo de volta quase que imediatamente para que ele rodasse HOUSE [série da qual ele era produtor executivo] para o estúdio.

O que é realmente impressionante é como X-MEN foi algo que Rothman odiou desde o princípio, independente do que ele diga em público agora. Eu falei com pelo menos dez pessoas próximas da produção que me falaram das sujeiras que Rothman fez para tentar foder o primeiro filme. Lembra quando eles cortaram o orçamento e anteciparam a estréia do primeiro X-MEN? Você sabe por que? Rothman estava já tirando seu time de campo. Ele realmente antecipou que o filme iria estreiar e desaparecer sem deixar rastros, e ele estaria finalmente livre do que ele via como um obstáculo empresarial. Em vez, o filme deu certo, e no segundo filme, Bryan Singer e seus roteiristas e produtores reuniram forças suficientes para fazer com que a Fox desse o espaço que eles precisavam para fazer algo ainda melhor.

Essa ficou presa na garganta de Rothman e foi isso que levou à lentidão mórbida
[de desenvolvimento] depois de X-MEN 2. Eles deveriam ter fechado o contrato com Bryan na semana seguinte. E também com Dougherty, Harris, Tom DeSanto, Lauren Shuler-Donner, Ralph Winter, toda a equipe de produção, elenco e todos os que fizeram parte da alquimia criativa que fez os dois primeiros filmes funcionarem. Eu lembro um ano na BNAT quando Tom DeSanto falou sobre a maneira como eles estavam plantando as sementes da trama da Fênix Negra e vários outros desde as primeiras cenas de "X-MEN". Quem sabe? Talvez um dia a Marvel deixe DeSanto e Singer fazer uma graphic novel ou uma edição limitada para que possamos ao menos ter uma idéia de para onde os filmes originalmente iriam caminhar. Por agora, Rothman está com o controle da franquia e a distância dela com o material [HQ] parece que volta a aumentar.

Leia aqui o texto na versão original, em inglês.

Leia a primeira parte da tradução.

Bom, não resta dizer muito. É lamentável termos engravatados coordenando um cinema com tanto potencial como o Hollywoodiano. Existem executivos de cinema que produzem filmes comerciais, de gênero e de qualidade. Estes tem visão do mercado cinematográfico, são pessoas que apreciam o cinema como uma arte e acharam uma ótima maneira de ganhar (muito) dinheiro.

X-MEN e X-MEN 2 faturaram juntos cerca de 375 milhões de dólares, só nos EUA. E com sucesso de crítica. O que passa na cabeça desse homem pra querer estragar uma franquia como essa?


Algumas notícias a quem possa interessar...
Diretor e roteiristas de X2 vão escrever quadrinhos!
Ultimate X-Men de Bryan Singer em dezembro
Gibi dos X-Men de Bryan Singer já tem ilustrador

Como executivos podem destruir o cinema comercial [Parte 1]

Em junho deste ano, o roteirista e ator Drew McWeeny, que contribui para o maior site de notícias de cinema dos EUA, o AintItCoolNews?, escreveu um artigo interessantíssimo sobre o caso X-MEN dentro da Fox. Falando sobre experiências pessoas, ele mostrou como o chefão da Fox, Tom Rothman, fez de tudo para dificultar a produção da franquia.

Abaixo, reproduzo a primeira metade do texto, traduzido.


por Moriarty (Drew McWeeny)
CARTA ABERTA A TOM ROTHMAN E ACIONISTAS DA FOX
PARTE 1 (ler parte 2)

Você quer saber quem será o principal vilão de X-MEN 3? Tom Rothman.

Uma das razões pela qual comecei a ler o AICN (AintItCoolNews?), muito antes de contribuir com alguma coisa, foi porque ele desmistificava o processo de produção. Regularmente, a culpa (ou o crédito) é assinalada pelos fãs para determinadas pessoas sem um motivo específico. É fácil apontar para um diretor, um roteirista, ou até para uma empresa como a Marvel, e assumir que eles foram responsáveis por alguma coisa. Mas eu já passei por esse processo de produção várias vezes e para diferentes estúdios (inclusive a Fox), e posso dizer que, não raro, as terríveis decisões podem vir de pessoas cujos nomes você nunca viu na tela do cinema.

Quando chamo Rothman de vilão, conheço o peso dessa palavra. Não consigo pensar em nada mais chocante do que o discurso que ele fez no Saturn Awards deste ano. Esta é uma premiação feita especificamente para prestigiar o cinema de gênero. Em uma sala lotada de cineastas da ficção-científica, da fantasia e do cinema de horror, Tom Rothman se levanta e não só critica todo mundo que escreve para esses gêneros, como tem a ousadia de se auto-intitular um nerd.

O senhor não é nerd. Um nerd não teria mutilado as franquias de ALIEN e PREDADOR, da maneira como você fez. Um nerd não teria valorizado datas de estréia e prazos fiscais, em detrimento de um bom material. (...) Esse é o cara que foi atrás de Roland Emmerich e Dean Devlin para realizar uma seqüência de Independence Day, depois que o filme fez 600 milhões de dólares, oferecendo a eles metade do cachê do primeiro filme. Esse é o cara que chantageou e coagiu Stephen Norrington a desistir do mercado de vez. Esse é o cara que quase convenceu Alex Proyas a parar de fazer cinema. Quantos cineastas de gênero, grandes cineastas, você viu retornando à Fox mais de uma vez para fazer seus filmes? E por que você acha que isso acontece?

(...)

Se você é um acionista da Fox, então esse é o momento de se preocupar. X-MEN é comprovadamente a única grande franquia que a Fox tem em andamento, atualmente. Quem sabe se QUARTETO FANTÁSTICO vai funcionar ou não? Talvez seja ótimo, talvez não. ALIEN VS PREDADOR marcou o fim de duas franquias ao mesmo tempo. STAR WARS nunca foi seu, pra começo de conversa. Estúdios dependem desse tipo de filme. Existe um motivo para chamá-los de "pilares"
[do original, inglês, "tentpoles", pólos da barraca]. É em torno deles que você constrói seu cronograma de estréias. Se você administrar da maneira certa, vai tudo sempre dando certo. Olhe a maneira como a Sony administrou O HOMEM-ARANHA até agora. Assim que lançam um, começam a desenvolver o próximo, dando ao pessoal tempo suficiente para acertar no roteiro. Eles não começam a filmar imediatamente, mas já estão fazendo testes de figurino e de efeitos especiais, e estão fundo no processo de roteirização, baseado na premissa que Sam Raimi e seu irmão criaram desde o ano passado.

Você sabe quando Rothman finalmente deu o sinal verde para começar o primeiro tratamento do roteiro de X-MEN 3? Fevereiro
[21 meses após a estréia de X-MEN 2]. Eu sou um procrastinador crônico e mesmo eu acho que isso é uma péssima administração do tempo.

Leia aqui o texto na versão original, em inglês.

Leia a segunda parte da tradução.

O filme sim, o trailer não

Não assistam ao trailer do filme "A Chave Mestra", atualmente em cartaz. Se essa possibilidade passar por vocês, deixem ela ir. Se estiverem no cinema, fechem os olhos. Se entendem inglês, tampem as orelhas e cantarolem alguma coisa.

Esse trailer é mais um, dos muitos que Hollywood nos brinda, que conta toda a história do filme. Cenas inteiras, resumidas em três ou quatro planos, mostram a armação e resolução de pontos da narrativa, revelando de antemão para o público o que ele só deveria saber depois de uma hora e meia de projeção.

Grudando as cenas finais do filme ao trailer, temos um curta-metragem no melhor estilo "mini-longa". Belo desserviço. Uma pena, porque o filme tem momentos muito bons e um final excelente.

Released

Acho que agora vai. Boa sorte!

14 setembro 2005

Segundo Post

Ainda testando coisas...

16por9

16:9
Finalmente essa merda funcionou. Bem vindos a essa merda de blog.